Foto: PMSJC
A Prefeitura de São José dos Campos liberou nesta terça-feira (14), o tráfego na Via Jaguari, após um atraso de quase sete meses. A obra foi aprovada em junho de 2022 e começou a ser construída efetivamente em janeiro de 2023, com previsão para ser entregue em junho de 2024. O atraso, segundo a prefeitura, ocorreu por conta de condições e entraves ambientais (veja aqui projeto ambiental da obra). A nova via interliga a região norte e a região central da cidade com a criação de um novo acesso. Ela cruza o rio Paraíba do Sul com uma ponte, em traçado paralelo à via férrea até a Via Norte. Em entrevista à TV Vanguarda, em 7 de janeiro, o prefeito Anderson Farias havia prometido a entrega do trecho até 30 de janeiro.
Características e Custos
Executada pela empresa SEMOB - Mobilidade Urbana, e inicialmente orçada em R$ 52,3 milhões, a obra final chegou a R$ 64,8 milhões, ou seja, 24% mais cara, segundo site da prefeitura (acesse aqui). De acordo com a nota da Mobilidade Urbana, a nova via tem 3,8 km de extensão, ponte, ciclovia e iluminação de LED. “A obra também conta com uma rotatória de acesso à estrada da Petybon, que recebeu 1,8 quilômetros de recapeamento, retorno e entrada para a fábrica J. Macedo”, explica. A nova ponte, com 240 metros de comprimento e 11,2 metros de largura, foi construída ao lado da linha férrea. A ponte possui duas faixas de rolamento e um passeio com ciclovia compartilhada e fica a 10 metros de altura do Rio Paraíba do Sul. Todos os acessos, pela Via Norte e Estrada Petybon, estão liberados. Equipes trabalham nos ajustes finais, corrigindo pontos de gradil e gramado, com conclusão até esta sexta-feira (17)”. finaliza a nota da prefeitura.
Problemas de Trânsito
De acordo com a administração pública, a Via Jaguari foi construída com o objetivo de desafogar o trânsito em ruas e bairros da região norte, além de reduzir o tráfego de caminhões nos bairros, agravado pela presença de indústrias, como a Petybon e a Rhodia. Contudo, a mobilidade urbana está longe de ser um problema só da Zona Norte em São José dos Campos. Ela está presente em todo o município à medida que a cidade cresce e se desenvolve, com o surgimento de novos bairros e aumento da população.
O joseense usa mais o carro que outros meios de transporte para se locomover pela cidade. Um artigo da Revista Usp, escrito por Federica Giovanna Fochesato, Paulo Romano Reschilian em 2021(ver texto completo aqui), traz a informação de que 44,16% das “viagens” realizadas em São José dos Campos, são feitas em automóveis. Outros municípios de porte semelhante têm essa taxa reduzida para 31,67%, ou seja, São José costuma utilizar o carro como principal meio de transporte 12,49% mais que as cidades com seu mesmo tamanho e população. Com mais carros nas ruas, maiores os problemas de trânsito, por exemplo, isso sem falar nos danos ao meio-ambiente. “Deve-se destacar que o ônus disso impacta a cidade em seu todo - do ar ao solo -, independentemente de as pessoas terem – ou não – seu próprio automóvel”, afirma o artigo.
Outros aspectos da mobilidade
O mesmo artigo (acesse texto completo) analisa a maneira como a mobilidade urbana vem sendo construída em São José dos Campos, ressaltando que o município instituiu sua Política Municipal de Mobilidade Urbana em 2016. O artigo discute como tal tema “carece ainda de um renovado diálogo junto à sociedade para que possa ser contextualizado devidamente dentro do planejamento urbano e regional”, uma vez que a questão da mobilidade urbana não envolve somente os aspectos do trânsito, mas várias esferas da sociedade, principalmente o aspecto socio-econômico.
Observe o gráfico abaixo (faixa de renda por quantidade de salários-minimos SM):